Groethuysen Antropologia Filosofica.pdf
A antropologia filosófica é a antropologia encarada metafisicamente; é um ramo da filosofia que investiga a estrutura essencial do Homem. No entanto, este com o que é o homem para o centro da especulação filosófica, sendo que tudo se deduz a partir dele; a partir dele se tornam eis as realidades, que o transcendem, nos modos de seu existir relacionados com essas realidades. Ou seja, a antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não das características humanas. Ela se distingue da antropologia mítica, poética, teológica, e científica natural ou evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica do homem. É também uma disciplina filosófica ou movimento filosófico que tem relações com as intenções e os trabalhos de Scheler, mas não está unido ao conteúdo específico desse autor.
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Max Scheler (pioneiro). As questões relativas à natureza da história e a seu sentido emergem da reflexão referente à conduta humana e ao seu valor moral, à essência espiritual do homem, à experiência humana da realidade e à evolução do espírito nesta relação, ao conhecimento e às formas de saber, assim como às relações do homem com Deus. Seu pensamento está vinculado à sua conceção da essência espiritual do homem e à sua teoria da religião. A produção filosófica de Scheler é dividida em três períodos 1º período: pré-fenomenológico: escritos produzidos a partir de 1899 e vai até o ano de 1905. 2º Período: fenomenológico: Obras produzidas de 1906 até 1920, sendo considerado como primeira fase de maturidade do filósofo. 3º período: período que vai de 1921 até 1928, ano em que Scheler faleceu, interrompendo-se, bruscamente, a fase de maturidade do pensador. Este período inclui uma etapa de transição, centrada na temática da antropologia e metafísica que, marca predominantemente o período. A fundamentação da ética, a conduta moral e a espiritualidade humana constituem o âmbito em que se move, primordialmente, a reflexão scheleriana dos dois primeiros períodos. No terceiro período, a posição que, nos primeiros períodos do pensamento do autor, ocupava a religião, passa a ser ocupada pela metafísica. A "esfera" do ser Absoluto, enquanto integrante da própria essência do homem, permanece intocada ainda que haja mudado sua conceção sobre os atos e sobre os conteúdos materiais que a compõem, a esfera do ser Absoluto permanece como constitutiva da própria essência do homem. O conhecimento metafísico do absoluto deve passar, segundo Scheler, pela antropologia filosófica, ou seja, pelo conhecimento essencial do homem, já que não se pode esperar que, partindo do mundo objetivo, se consiga obter qualquer determinação do absoluto. A metafísica, enquanto conhecimento da natureza do ser absoluto a partir da essência do homem, não é cosmologia, nem metafísica do objeto, é uma metafísica do ato e meta-antropologia. Somente a partir do homem, enquanto sujeito de atos, que se torna acessível a verdadeira natureza do princípio de todas as coisas. O engajamento ativo do homem na divindade possibilita o conhecimento dos dois atributos do fundamento de todas as coisas: o espírito infinito (de que procede a estrutura essencial do mundo e do homem) e o impulso irracional (origem da existência e do ser contingente).